52 • Park McArthur May I Ask • Posso perguntar

Reading of the text 'May I Ask' in the voice of Park McArthur. Written by the artist, the text brings questions about racism, sexism, classism, colonialism and other topics.

Leitura na voz de Park McArthur do texto "Posso perguntar", escrito pela artista, que traz à tona questões sobre racismo, sexismo, classicismo, colonialismo e outras discussões.

#32bienal #camposonoro #narrativa

May I ask, when we talk about racism and sexism and classism and colonialism what remains unsaid? In our discussions of critical race and gender theory what is forgotten? What is rarely thought of in the first place? A lot, right? What do we never mention in our laundry lists of identity politicking? When we talk about body politics what are we forgetting about our bodies? What structures one’s relationship to the world in addition to the color of one’s skin, one’s birth class, one’s sex, one’s gender? What effects one’s gayness, blackness, Muslimness, one’s femaleness, one’s poorness? What links these identities? What does history explain as the work of the devil or an imbalance of natural forces? Which history is metaphor and which history is strife? Who are our aberrations? What do they look like and when did they begin to look like us? No friend don’t shrink or shrug. Let’s talk about this, by George, By Cady, by Malcolm. Why do we intellectualize our bodies in classrooms along sliding scales of privilege only to release them, unprotected and raw, to the unruly elements of human judgement? What is corporeal and what is immaterial? Who holds’ the soft, limp key? When did spaces become political tools of inclusion and exclusion? What does the architecture of segregation look like? Why are our bodies all we have? When did we become so critically unimaginative? Why do we fully remember our bodies only when they have been forgotten? What is this presence of loss? And why do we never let each other forget it? Why would anyone ever think how we look is who we are? How could we be anything other than how we’re made? When we talk about overcoming our biology, what are we talking about? What is it? What are we talking about here?

Versão em português

Posso perguntar, quando falamos de racismo e sexismo e classismo e colonialismo, o que permanece não dito? Em nossas conversas a respeito de teorias críticas sobre raça e gênero, o que fica esquecido? Em que raramente se pensa em primeiro lugar? Muito, certo? O que nunca mencionamos em nossas listas de tarefas sobre politicagem identitária? Quando falamos sobre políticas do corpo, o que estamos esquecendo sobre os nossos corpos? O que estrutura nossas relações com o mundo além da cor da pele, a classe de nascimento, o sexo, o gênero? O que define a homossexualidade de alguém, sua condição de negro, de muçulmano, sua feminilidade, sua pobreza? O que liga essas identidades? O que a história explica como serviço do diabo ou um desequilíbrio das forças da natureza? Que história é metáfora e que história é conflito? Quem são nossas aberrações? Com o que se parecem e quando começaram a se parecer conosco? Amigo, não se encolha nem recolha. Vamos falar sobre isso, de George, de Cady, de Malcolm. Por que intelectualizamos nossos corpos nas salas de aula, junto a escalas de privilégio, para acabar liberando-os, desprotegidos e nus, a elementos desordenados do juízo humano? O que é corpóreo e o que é imaterial? Quem segura a chave mole e flácida? Quando os espaços passaram a ser ferramentas políticas de inclusão e exclusão? Qual é a cara da arquitetura de segregação? Por que nossos corpos são tudo aquilo que temos? Quando nos tornamos tão gravemente sem imaginação? Por que temos total consciência de nosso corpo apenas quando ele foi esquecido? O que é essa presença da perda? E por que nunca deixamos que ninguém se esqueça disso? Por que alguém pensaria que nossa aparência é aquilo que somos? Como poderíamos ser qualquer outra coisa senão o modo como somos feitos? Quando falamos de superar nossa biologia, do que estamos falando? O que é isso? Do que estamos falando aqui?

Authorship and narration / Autoria e narração:

Park McArthur

* All Soundfield's audios were transcribed and/or edited aiming to produce accessible contents / Os áudios do Campo Sonoro foram transcritos e/ou editados visando uma leitura mais acessível