Fotograma de De-Extinction [Des-extinção], 2016
Os trabalhos de Pierre Huyghe desafiam as fronteiras entre ficção e realidade. Sua obra se materializa em meios como filme, situações ou exposições, operando, por vezes, como ecossistemas – jardins, aquários ou um museu com microclima programado. Huyghe inclui em sua prática elementos que desafiam a noção de objeto de arte. Tanto o público quanto outros organismos podem ser incorporados dentro de uma rede dinâmica a fim de criar um grande organismo vivo em constante evolução. De-Extinction [Des-extinção] (2016) é uma navegação dentro de uma pedra de âmbar, em um instante congelado no tempo, em que uma rede de relações vivas foi interrompida de forma repentina e inusitada. O filme foi feito com câmeras de controle de movimento que captam imagens microscópicas de uma amostra de âmbar – resina fóssil que mantém intactos vestígios de seres vivos por 30 milhões de anos. O que inicialmente pode se apresentar como um “cosmos” ganha outro aspecto quando o filme conduz ao que se encontra no interior da matéria translúcida, revelando formas imprecisas e texturas até focalizar um casal de insetos – da primeira espécie conhecida pela humanidade – imobilizados em um ato de possível reprodução. No espaço ao lado está De-Extinction (S.P. Evolution) (2016) [Des-extinção (S.P. Evolução)], em que insetos descendentes desta mesma espécie se auto-organizam em seu novo habitat.