Vivian Caccuri • Ativação de Tabombass com Victor Rice e Yellow P

quando

10 Dec 2016
18:00 - 20:00
Pavilhão da Bienal • Tabombass (2º piso)
10 dez 2016, 18:00 - 20:00
Pavilhão da Bienal • Tabombass (2º piso)

A última performance do TabomBass na #32bienal será uma grande festa em celebração ao dub com os mestres Victor Rice e Yellow P (Dubversão Sistema de Som).

O TabomBass é um soundsystem em forma de altar que reproduz somente sons graves. Em frente aos altofalantes, três velas pulsam e dançam ao som de basslines (linhas de grave) de músicas dançantes. Os graves do TabomBass foram compostos por dez músicos e produtores da capital de Gana, onde a artista Vivian Caccuri ficou por quatro semanas para desenvolver o projeto; são eles: Keyzuz, Yaw P, Sankofa, Wanlov, Ghalileo, Mensahighlife, Kuvie, Panji Anoff, Steloo e Mutombo da Poet. Nas quatro performances mensais, artistas brasileiros são convidados para adicionar batidas, instrumentos, palavras e outros sons aos graves africanos, na busca de gêneros musicais afro-brasileiros que ainda estão para surgir. Estão na busca de uma nova forma de miscigenar o sons eletrônicos e dançantes do Brasil e de Gana.

O dub, foco desta última performance, surgiu na Jamaica nos anos 1960, cruzou o Atlântico se espalhando pelo mundo, e é profundamente ligado a Gana. “Dub” quer dizer “dobro”, “dobrar”: o gênero musical é repleto de ecos, delays e cadências que lembram as ondas do mar. São formas musicais que encontram na repetição e no eco uma maneira de nos levar ao transe e à diluição do espaço psicológico individual em prol de uma experiência sonora coletiva. “Dub” também vem de “duppie”, uma palavra de origem Ga e também usada pelos Akan, dois dos principais grupos étnicos de Gana, país onde o TabomBass foi concebido. “Duppie” quer dizer “fantasma” – tanto no folclore ganense como no jamaicano – são espíritos malignos que podem ser capturados, apaziguados e transformados em assombrações alegres através da música, segundo um dos pais do dub
Lee "Scratch" Perry

É a missão de Victor Rice nessa performance: transformar os basslines ganenses em novas formas de dub. Desde os anos 1990 o norte-americano radicado em São Paulo tem desvendado alguns dos segredos da importante técnica de como se faz um dub. Com o seu acervo pessoal de riddims (bases) ele mostra num livre PA o processo de inserção de efeitos e de seleção de instrumentos, os principais truques do dub. Tal trabalho reúne dubs mixados nos aclamados estúdios Version City, reduto da melhor produção reggae e dub de Nova York, e no Studio COPAN, onde mixou trabalhos de dezenas de artistas locais, como Céu, Karina Buhr, Anelis Assumpção, Elza Soares, João Donato e Tulipa Ruiz, cujo álbum Dancê, mixado por Victor, recebeu o Grammy Latino 2015, como melhor álbum pop contemporâneo brasileiro.

Yellow P é fundador do Dubversão Sistema de Som, um dos mais respeitados e cultuados soundsystems do país. À frente do coletivo desde 2001, Yellow é um colecionador ávido de dubplates raros. Ouvi-lo é mergulhar em uma coleção preciosa do melhor do dub jamaicano em vinil. No sábado dia 10, o TabomBass na #32bienal será finalizado com o melhor que a Jamaica produziu, evocando a África como mito original, multiplicado em todo o eco do dub.