51 • Carlos Motta A forma da liberdade • The Shape of Freedom

Texto de Guilherme Altmayer e Carlos Motta reúne a história do triângulo rosa e outros emblemas de movimentos pelos direitos homossexuais no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. Pesquisa comissionada para a exposição 'O que vem com a Aurora' (2016) com curadoria de Bernando Mosqueira.

Text by Guilherme Altmayer and Carlos Motta that gathers the history of the pink triangle and other emblems from homosexual rights' movements in Brazil, United States and Europe. Research commissioned for the exhibition 'O que vem com a Aurora' [What comes with Aurora], 2016, curated by Bernando Mosqueira.

#32bienal #camposonoro #narrativa

Os poderes mortos estão por todo lado - na floresta, cortando as canções; a noite na paisagem industrial, desperdiçando e endurecendo a nova vida; nas ruas da cidade, jogando fora o dia. Queríamos algo diferente para nossa gente: não encontrar uma velha e reacionária república, cheia de medos fantasmagóricos, medos da morte e medos de nascer. Queremos algo diferente”. [Muriel Rukeyser, A vida de poesia]

Triângulo – Uma forma geométrica básica. Um polígono de três lados ou vértices e três lados ou cantos. Segmentos de linha.

Um emblema – Uma imagem pictórica abstrata ou representacional que representa um conceito como uma verdade moral ou uma alegoria.

Um símbolo – Algo que representa uma ideia, mas é distinto dela, e sua proposta é comunicar significado.

Triângulo – Uma forma, um emblema e um símbolo de opressão e liberação. Uma forma de liberdade.

Uma linha do tempo

1500 - A prática da sodomia e sua condenação é trazida por colonizadores europeus para o Brasil. A prática encontra por essas terras terreno fértil pois era grande a liberdade nas práticas sexuais dos povos nativos.

1830 - O Brasil descriminaliza a prática do sexo anal criminalizada por Portugal em 1530, ao não incluir no código penal do Império do Brasil qualquer referência a sodomia.

1867 - Em 29 de agosto de 1867, Karl-Heinrich Ulrichs se torna o primeiro homossexual a se proclamar como tal e a falar publicamente sobre direitos homossexuais, reivindicando no congresso alemão de juristas em Munique por uma anulação das leis anti-homossexuais.

1895 - É publicada a obra O Bom Criolo, o primeiro romance homossexual do mundo ocidental. Escrito por Adolfo Caminha, o romance trata da difícil relação entre dois membros da marinha, um negro foragido da escravidão e um grumete branco.

1900 - Nasce João Francisco dos Santos ou Madame Satã. Negro, pobre e assumidamente homossexual, Madame Satã morava e trabalhava como performista, cozinheiro e segurança na boêmia região da Lapa no Rio de Janeiro. Foi preso diversas vezes por furto, ultraje público ao pudor e porte de arma.

1910 - A ativista norte-americana Emma Goldman é a primeira a falar publicamente a favor de direitos homossexuais em seus discursos e textos.

1924 - É fundada em Chicago a Sociedade de Direitos Humanos, primeira organização pelos direitos dos homossexuais. O movimento existiu por alguns meses antes de ser fechado pela polícia.

1934 - É criada uma divisão secreta da polícia alemã para tratar com homossexuais. Um dos seus primeiros atos foi demandar “listas rosas” ao redor da Alemanha. Estas listas, que revelavam nomes de homossexuais masculinos, eram compiladas desde 1900.

1935 - O parágrafo 175 do código criminal alemão, que condenava práticas homossexuais, foi revisado por Adolf Hitler para incluir beijos, abraços, fantasias gays e atos sexuais entre homens.

1937-1940 – 25.000 gays condenados são presos forçadamente e levados a campos de concentração onde foram obrigados a usar um triângulo rosa invertido em seu uniforme. Durante os 12 anos do regime nazista, ao redor de 100.000 homens foram identificados em registros policiais como homossexuais, sendo 50.000 deles condenados por violar o parágrafo 175. Se fossem judeus gays, o nível mais baixo nos campos, eles usavam o triângulo invertido sobre a estrela de David amarela.

1942 - Hitler determina a morte como punição a homossexuais.

1946 - Rudolf Klimmer, defensor radical dos direitos homossexuais na Alemanha Oriental, pressiona a Organização dos Perseguidos pelo Regime Nazista para reconhecer as vítimas homossexuais, conseguindo que fossem compensados pelo governo da Alemanha Oriental.

1948 – É formado na Dinamarca o grupo homofílico Forbundet af 1948 (ou Liga de 1948).

1950s – Nas décadas de 1950 e 1960 no Rio de Janeiro e São Paulo, encontros homossexuais em público eram ilegais. Por isso ele aconteciam nas chamadas turmas, reuniões secretas em apartamentos para socialização e prática do transformismo. A Turma OK, ainda em funcionamento no Rio de Janeiro, é hoje um clube para socialização e espetáculos transformistas.

1950 - Fundado em Los Angeles o The Mattachine Society, o primeiro grupo homofílico norte-americano. Em São Francisco é fundado o The Daughters of Bilitis, pioneira organização lésbica nacional. É formado o RFSL (Federação Sueca para direitos das lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) na Suécia.

1962 - A polícia do Rio de Janeiro proíbe o uso de “fantasia de travesti”. No carnaval de 1964, a polícia agride foliões com golpes de cassetete na entrada de bailes que reuniam travestis. Em 1968 espetáculos com “travestidos” são proibidos e reprimidos, deixando muitas travestis desempregadas.

1963 – É criado no Rio de Janeiro o jornal Snob, repleto de ilustrações, fofocas, contos e entrevistas com famosas travestis. O jornal circulou até 1969, quando se intensificou a repressão da ditadura militar no Brasil.

1968 - A Galeria Metrópole, reduto bicha no centro de São Paulo, é cercada pela polícia, que prende todas as pessoas que lá se encontravam.

1969 - O semanal alemão Der Spiegel dá capa ao tema da reforma criminal do Parágrafo 175, que descriminalizou atos homossexuais para pessoas acima de 21 anos. 1969 - Em junho de 1969, a polícia invadiu o bar Stonewall Inn em Nova Iorque, checou identidades dos presentes, fez comentários homofóbicos e transfóbicos e agrediu fisicamente membros da comunidade LGBT. Ao invés de aceitar calados, a comunidade reagiu. Este foi um dos primeiros levantes LGBTs nos EUA e durou quase três dias.

1970 - Nos anos 1970, a língua de origem africana pajubá ou bajubá começa a ser usada pelas travestis em vários lugares no Brasil como meio de enfrentar a repressão policial durante a ditadura militar e despistar a presença de pessoas indesejadas.

1970 - Memórias da perseguição nazista aos homossexuais são relembradas no contexto político dos anos de liberação gay. Lésbicas compartilharam suas memórias do triângulo rosa e perseguição gay, tendo tido um papel importante na recontextualização do triângulo rosa como símbolo de orgulho e libertação.

1970 - Acontece em Nova Iorque a Primeira Marcha do Dia da Liberação Gay e em Los Angeles e São Francisco, o Primeiro Dia da Liberdade Gay.

1971 - Na Berlin Ocidental um grupo de jovens gays frustrados formam a Ação Gay da Berlim Ocidental (a HAW), a primeira organização radical do movimento gay alemão. Seu emblema era um punho cerrado dentro de um triângulo rosa.

1972 - O grupo Dzi Croquettes estreia seu primeiro espetáculo no Rio de Janeiro. O grupo se tornou notório por seu desprendimento às normas binárias de gênero ao usar muita purpurina, mesclar roupas masculinas e femininas, barbas, bigodes, tangas, desenhos psicodélicos, grandes cílios e bocas exageradas.

1972 - Josef Kohout publica na Alemanha O Homem Com o Triângulo Rosa utilizando o pseudônimo Heinz Heger.

1972 - A Suécia se torna o primeiro país do mundo a permitir pessoas transgênero a realizarem a redesignação de sexo e a permitir acesso gratuito ao tratamento hormonal.

1973 - O grupo Secos & Molhados, liderado por Ney Matogrosso, lança seu primeiro disco. Com figurinos e maquiagens audaciosos e sensualizados, Ney cria novas formas de afirmação do corpo para confundir os limites de gênero e sexualidade.

Agosto de 1974 - Ativistas nova iorquinos vestem triângulos rosas e protestam no conselho municipal contra grupos judeus ortodoxos que se opunham a lei de direitos gays.

1975 - O jornalista Celso Curi inaugura uma coluna diária no jornal Última Hora de São Paulo chamada “Coluna do Meio” para tratar de assuntos e fofocas sobre gays nacionais e internacionais. A coluna se tornou muito popular e Celso foi chamado de “o primeiro porta- voz dos homossexuais brasileiros”.

1975 - Duas revistas gays alemãs, HAW-Info e Emanzipation publicam simultaneamente artigos de capa sobre a perseguição de homossexuais durante o holocausto. O artigo da HAW-Info encoraja gays a continuarem vestindo o triângulo rosa como um símbolo da discriminação continuamente sofrida pelos gays.

1976-1982 - Aconteciam as “rondas” da polícia militar no centro de São Paulo, que utilizava a Lei da Vadiagem para prender travestis e prostitutas que não possuíssem carteira de trabalho assinada, em uma tentativa de reprimir a prostituição. As rondas tinham o apoio mediático do Jornal A Folha de São Paulo.

1978 - Quando Harvey Milk discursou sobre gays no holocausto, o triângulo rosa apareceu na imprensa de língua inglesa e em protestos de ativistas gays nos EUA.

1978 - É criado em São Paulo e Rio de Janeiro o Jornal O Lampião da Esquina, publicado mensalmente durante 3 anos, com tiragem média de 20.000 exemplares em circulação nacional. O jornal tratava de forma franca e aberta sobre questões das bichas, travestis e lésbicas sem ignorar a interseccionalidade de raça e classe social.

1978 - Após anos de repressão durante a ditadura militar, no final dos anos 70, com o “abrandamento” da ditadura, grupos ativistas LGBT voltam a se organizar. A partir de articulações dos membros do Jornal O Lampião da Esquina é criado o grupo SOMOS: Grupo de Ação Homossexual. O nome do grupo é uma homenagem ao jornal de ativismo bicha de Buenos Aires.

1978 - É apresentada moção em favor dos homossexuais no Encontro de Convergência Socialista falando da emergência em incluir os temas de dissidentes sexuais em um ambiente então considerado apenas para machos.

1979 - A ativista Miriam Martinho funda o primeiro grupo Lésbico-Feminista, que logo daria origem ao GALF - Grupo de Ação Lésbico-Feminista e ao jornal Chanacomchana.

1980 - O espetáculo da Broadway Bent, de Martin Sherman, conta de dois prisioneiros alemães gays em um campo de concentração, onde um deles trocou seu triângulo rosa por uma estrela amarela para evitar o tratamento ainda mais duro dado aos que vestiam o triângulo rosa.

1980 - Em junho de 1980, travestis e prostitutas realizam protesto no centro de São Paulo, contra as intermináveis rondas violentas do delegado Richetti. Foi queimado um boneco de três metros de altura representando o delegado.

1980 - É lançado oficialmente o Movimento de Arte Pornô, coletivo de corpos nus que promoviam novas formas de ação política ao desprender a arte e a literatura de seus espaços convencionais para transformá-los em uma ferramenta de provocação em espaços públicos.

1980 - Nas celebrações do dia primeiro de maio, dia do trabalho, cinquenta gays e lésbicas marcham pela primeira vez em São Paulo em solidariedade aos trabalhadores em greve erguendo faixas que diziam “Contra a intervenção nos sindicatos do ABC” e “Contra a discriminação dos trabalhadores homossexuais”.

1981 - Os primeiros relatos sobre a AIDS se tornam conhecidos do público, e escritores e ativistas encontraram no triângulo rosa o emblema mais apropriado para representar o sofrimento.

1981 - A Noruega se torna o primeiro país do mundo a ter uma lei que previne discriminação contra homossexuais.

1981 - O Grupo de Ação Lésbica Feminista (GALF) de São Paulo lança o jornal Chanacomchana para tratar de questões lésbicas. Diz o jornal: “A palavra Chana não pode ser definida como órgão sexual feminino. É algo tão mais amplo quanto os contrapontos de existir. É chama, é chance, é chanca”. A publicação durou seis anos.

1983 - Em agosto de 1983 o dono do Ferro’s Bar em São Paulo, expulsou as ativistas do GALF (Grupo de Ação Lésbica Feminista) e proibiu a venda do jornal Chanacomchana. Com o apoio da imprensa, ativistas gays e políticos as meninas se reuniram em frente ao bar para protestar e ocupar o local. Com esse gesto, o dono voltou a permitir a venda. O ato foi apelidado pelo Jornal O Lampião da Esquina como “nosso pequeno Stonewall” e em 2003 o 19 de agosto foi decretado como o Dia Nacional do Orgulho Lésbico.

1984 - No carnaval do Rio de Janeiro, um grupo de homossexuais forma a Banda Carmem Miranda, uma dissidência da Banda de Ipanema, para desfilar trajes extravagantes como manifestação do orgulho gay.

1985 - O primeiro reconhecimento oficial mostrado na Áustria, em Mauthausen, antigo campo de concentração, permitiu que uma organização gay colocasse uma placa no local que mostrava um triângulo rosa e as palavras “Espancado até a morte - silenciado até a morte”.

1985 - Criado em São Paulo o GAPA - Grupo de Apoio à Prevenção a AIDS, primeira ONG a tratar da questão no Brasil.

1987 - Seis ativistas gays criaram em Nova Iorque o projeto chamado “Silêncio=morte” que usava um triângulo rosa invertido em seus cartazes. Estes ativistas logo se juntaram ao ACT UP (Coalizão pela AIDS para Liberação do Poder), organização fundada no mesmo ano, e ofereceram o logo com símbolo. O triângulo rosa foi utilizado pelo ACT UP com o lado certo para cima para mostrar sua determinação em sobreviver a epidemia de AIDS. Naquele mesmo ano, os cartazes preto e rosa com os dizeres “silêncio=morte” começaram a aparecer colados em muros ao redor da cidade. Até então, 49.000 casos de AIDS, a maioria delas entre homens gays, já haviam sido diagnosticados e reportados ao Centro de Controle de Doenças. Mais de 43.000 destes casos resultaram em mortes naquele mesmo ano, sendo que 25% deles eram nova-iorquinos.

1987 - Em um discurso no campo de concentração de Dachau, um grupo de lésbicas ativistas anuncia que mulheres lésbicas foram forçadas a usar triângulos pretos e assim como homens gays, elas foram colocadas nos níveis mais baixos nos campos de concentração.

1989 - A Dinamarca se torna o primeiro país a vigorar leis de reconhecimento de uniões civis entre pessoas do mesmo sexo. Início da década 1990 — O triângulo rosa é substituído pelo arco-íris, que se tornaria o mais popular emblema para o “orgulho gay”.

1993 - A revista gay 10 Percent critica o uso do triângulo rosa como um símbolo gay, provocando acalorados debates entre seus leitores que acreditavam que o tratamento dos gays durante a epidemia de AIDS não estaria muito distante do tratamento dado no holocausto.

1993 - É criada no Rio de Janeiro, a ASTRAL - Associação de Travestis e Liberados, primeira associação de travestis do Brasil para tratar de questões relativas a HIV e AIDS. No mesmo ano é organizado o I Encontro Nacional de Travestis, que deu origem a Parada da Diversidade, precursora das grandes paradas LGBT que aconteceram nos anos seguintes.

1993 - A política do exército norte americano “não pergunte, não conte” é implementada, permitindo que gays sirvam o exército, mas banindo atividades homossexuais. A proposta do presidente Clinton de revogar esta regra encontrou forte oposição; como resultado milhares de homens e mulheres foram expulsos da corporação.

1994 - Em junho de 1994 o coletivo de artistas de Nova Iorque REPOhistory instalou por Manhattan uma série de triângulos rosas em postes de luz como se fossem sinais de transito, referenciando histórias gays, lésbicas e trans que são esquecidas.

1995 - Desde a parada do orgulho gay de 1995, a organização Triângulo Rosa de São Francisco instala um triângulo rosa gigante no topo do Twin Peaks para relembrar homossexuais vítimas do holocausto.

2000 - É produzido o documentário Paragraph 175, contando histórias de alguns homossexuais sobreviventes do holocausto.

2004 - São Paulo é palco da maior parada LGBT do mundo, com mais de 1,8 milhões de pessoas em sua oitava edição. Em 2012 o público estimado pela organização foi de 4,5 milhões de pessoas.

2005 - A Igreja da Suécia, antiga igreja do estado, decide abençoar a união de casais do mesmo sexo, que já podem registrar seu relacionamento como união civil.

2006 - Em resposta à vasta documentação de abusos, um grupo internacional de especialistas em direitos humanos se reúne em Yogyakarta, Indonésia, para escrever uma série de princípios internacional relativos à orientação sexual e identidade de gênero. O resultado se deu no Princípios de Yogyakarta: um guia universal de direitos humanos que afirma padrões legais internacionais a serem cumpridos por todos os países.

2008-2009 - Eleitores da Califórnia votam pela Proposta 8 que elimina o direito de casais do mesmo sexo a se casarem. Em 26 de maio de 2009, a Suprema Corte da Califórnia confirmou a Proposta 8, mas não cancelou os casamentos que aconteceram anteriormente.

2009-2010 - Noruega, Islândia, Portugal e Argentina legalizam o casamento entre pessoas do mesmo sexo. 2010 - É eleito o primeiro deputado federal abertamente gay do Brasil, Jean Wyllys. Nos dois mandatos que cumpriu desde então, o deputado se dedica a lutar por questões de direitos humanos de minorias. Agosto de 2011 - Morre aos 98 anos o último sobrevivente do holocausto a usar o triângulo rosa, Rudolf Brazda.

2011 - O casamento igualitário é legalizado em Nova Iorque e a política do “não pergunte, não conte” é revogada nos Estados Unidos.

2012-2013 - Na Rússia, manifestações em defesa da homossexualidade “que possam influenciar crianças” são tornadas ilegais e sujeitas a multas para quem expõem: “ações públicas com o objetivo de propaganda da sodomia, lesbianismo, bissexualidade e transgenerismo entre menores de idade”.

2013 - Uma resolução sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo é aprovada pelo Supremo Tribunal Federal, impedindo que cartórios de todo Brasil se recusem a celebrar casamentos civis entre casais do mesmo sexo.

2013 - No dia 26 de junho, a Suprema Corte norte-americana considera inconstitucional a seção 3 do Ato de Defesa ao Casamento de 1996 que nega legalmente o casamento de pessoas do mesmo sexo através de 1.100 proteções e responsabilidades do casamento. 2014 - Uganda realiza sua primeira parada do orgulho gay para celebrar a abolição, pela justiça, da severa lei anti-homossexual, que os ameaçava com pena de morte.

2014 - É lançado o livro Ditadura e Homossexualidades - repressão, resistência e a busca da verdade, em um desdobramento da Comissão da Verdade, que apurou crimes e repressões contra a população LGBT durante a ditadura militar no Brasil.

2014 - Acontece em outubro, no Rio de Janeiro, a Nova Parada LGBT. Independente e sem qualquer apoio institucional, o evento demandava dos candidatos a presidente posições claras quanto a questões urgentes da população LGBT e das mulheres. A Nova Parada aconteceu no mesmo dia em que aconteceria a parada “oficial”, mas que por razões políticas foi cancelada.

2014 - Acontece em novembro, em São Paulo, a Revolta da Lâmpada, uma marcha que aconteceu no mesmo local da Avenida Paulista onde 4 anos antes três bichas foram agredidas com lâmpadas fluorescentes.

2015 - O projeto PL122, que criminaliza a LGBTfobia nos mesmos moldes dos crimes de racismo, é arquivado pelo Senado Brasileiro após tramitar pelas casas parlamentares desde 2001. Assim a LGBTfobia segue sendo um crime não passível de punição no Brasil.

2016 - O deputado Jean Wyllys, defensor das causas LGBTs, cospe na cara do deputado facista, homofóbico, racista e misógino Jair Bolsonaro, durante votação pela aceitação do processo de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff.

2016 – No dia 12 de junho, um homem armado, Omar Mateen, entrou no clube noturno The Pulse em Orlando na Flórida e matou 49 pessoas. Este crime de ódio contra a comunidade LGBTQ é também o maior massacre na história dos Estados Unidos.

Autoria / Authorship:

Carlos Motta

* Os áudios do Campo Sonoro foram transcritos e/ou editados visando uma leitura mais acessível / All Soundfield's audios were transcribed and/or edited aiming to produce accessible contents